quinta-feira, 24 de julho de 2014

Me recuso a ficar deprimido

Mas eu apenas me recuso a ficar deprimido...

Tenho saúde, uma esposa, filhos, proteção espiritual (testada e avaliada em extensa, sóbria e ébria experiência de vida - meu santo é forte, meu anjo da guarda não dorme, meu mentor espiritual tem saco de filó...).

Sou privilegiado, muito mais que a maioria nesse planeta, tenho um teto, uma geladeira cheia, armários repletos, de comidas, bebidas e roupas, tenho carro, tenho computadores (mais de um), tenho acesso à tudo que preciso e ao luxo que a maioria esmagadora não tem...

Tenho meus pais vivos e dentro da teimosia de cada um, saudáveis, e até bem humorados (dependendo do dia), tenho parentes que me amam, amigos que me procuram, que gostam de conversar e trocar idéias comigo, tenho poucas, mas ótimas oportunidades de lazer.

Não estou trabalhando, não estou conseguindo estudar como gostaria, como se algo me impedisse, barreiras invisíveis que me protegem de mim mesmo ou a outrem, me tornando um contemplador por falta de opção, um observador por necessidade, um escritor por desespero.

Escritores desesperados, uni-vos, em torno de idéias, dobrando tempo e espaço, real ou virtual (não me venham com definições que apenas limitariam a vastidão mitológica e nos prenderiam em debates inúteis), que a consciência coletiva se sinta incomodada pelo nosso burilar, pelo fervor incandescente de nossas angústias travestidas em questionamentos que tentam romper o véu que mais parece uma teia que nos segmenta em suas subdivisões, que nos impede de libertar todos os pensamentos aglutinadores que temos para traduzir nossa visão...

Ah, esquece...

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